O colapso da população do Neolítico, período caracterizado pelo desenvolvimento da agricultura e sedentarização do ser humano, sempre foi motivo de debate entre os estudiosos. Uma teoria recente sugere que a peste poderia ter sido a responsável por essa queda brusca na população.
A hipótese foi desenvolvida por cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, que utilizaram técnicas de análise genética para estudar restos mortais encontrados em sítios arqueológicos da época. Os resultados indicaram a presença de DNA de Yersinia pestis, a bactéria causadora da peste bubônica, em diversos indivíduos do Neolítico.
Segundo os pesquisadores, a presença da peste no período Neolítico poderia ter sido resultado da proximidade entre os humanos e os animais domesticados, como porcos e ovelhas. Essa convivência intensa teria facilitado a transmissão da bactéria entre as espécies, levando a um surto de peste que dizimou grande parte da população.
Além disso, a vida sedentária nas aldeias e a prática da agricultura também teriam contribuído para a propagação da doença. A concentração de pessoas em espaços limitados teria facilitado a disseminação da peste, enquanto o contato com animais e alimentos contaminados poderia ter potencializado o surto.
Essa teoria oferece uma explicação plausível para o colapso demográfico do Neolítico, que até então era atribuído a uma série de fatores, como mudanças climáticas, guerras e colapso ambiental. A presença de Yersinia pestis nos restos mortais sugere que a peste poderia ter sido um dos principais responsáveis pela queda na população, inaugurando um período de declínio que só seria revertido milênios depois.
A descoberta desse novo aspecto da história humana reforça a importância da interdisciplinaridade entre a arqueologia e a genética na compreensão do passado. Além disso, nos alerta para a fragilidade da saúde humana e a necessidade de cuidados constantes para prevenir a propagação de doenças infecciosas.
Em suma, o colapso da população do Neolítico ter sido causado por uma peste é uma possibilidade plausível e intrigante, que lança novas luzes sobre um período crucial da nossa história. A continuidade dos estudos e a busca por novas evidências serão fundamentais para confirmar ou refutar essa hipótese e enriquecer ainda mais nosso conhecimento sobre o passado da humanidade.