Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que antidepressivos descartados nos rios estão afetando a reprodução de peixes. O uso crescente de medicamentos antidepressivos tem levado ao aumento da presença dessas substâncias nos corpos d’água, causando impactos negativos na vida aquática.
Os antidepressivos são medicamentos amplamente utilizados no tratamento de transtornos de humor, como depressão e ansiedade. No entanto, muitas pessoas não sabem como descartar corretamente esses medicamentos, resultando em seu lançamento diretamente nos rios e córregos. Uma vez no ambiente aquático, essas substâncias podem afetar a reprodução e o desenvolvimento dos peixes.
O estudo da UFRJ investigou os efeitos do antidepressivo fluoxetina, um dos mais comuns no mercado, sobre a reprodução de peixes. Os resultados mostraram que a presença desse medicamento nos rios reduziu a fertilidade dos peixes, afetou o desenvolvimento dos ovos e causou alterações no comportamento reprodutivo das espécies estudadas.
Além disso, os pesquisadores observaram que a exposição crônica a doses subletais de fluoxetina também causou mudanças no sistema endócrino dos peixes, afetando a produção de hormônios sexuais e disruptores endócrinos. Essas alterações podem levar a problemas de reprodução a longo prazo e impactar a sustentabilidade das populações de peixes nos rios.
Diante desses resultados, é fundamental adotar medidas para evitar a contaminação dos rios por antidepressivos e outros medicamentos. Uma das formas de prevenção é conscientizar a população sobre a importância de descartar corretamente os medicamentos vencidos ou não utilizados em pontos de coleta específicos, como farmácias e postos de saúde.
Além disso, é necessário investir em tecnologias de tratamento de água que possam remover eficientemente os resíduos de medicamentos dos corpos d’água, garantindo a preservação da vida aquática e a saúde dos ecossistemas. A pesquisa realizada pela UFRJ ressalta a importância de monitorar a presença de substâncias químicas nos rios e adotar práticas sustentáveis para proteger o meio ambiente e a biodiversidade.